A Vida num Sopro

O novo romance de José Rodrigues dos Santos proporciona uma magnífica viagem até aos difíceis anos 30. Num Portugal conservador, Amélia e Luís, dois adolescentes apaixonados, sofrem uma terrrível separação que para sempre marcará as suas vidas. Amélia é obrigada a mudar de cidade e casar com outro homem, enquanto Luís vai para a capital estudar medicina veterinária.

As circunstâncias levam Luís a entrar na carreira militar e a mudar-se para Penafiel, onde reside Amélia com os filhos e o marido. Luís casa com Joana (irmã de Amélia), mas o seu coração continua a bater pela sua menina dos olhos cor de mel.

Sem conseguirem resistir ao amor que os une, Amélia e Luís entregam-se aos braços um do outro. Mas esta relação adúltera levará a um assassinato… Tudo se prepara para um fim trágico.

Na minha opinião, este é o melhor romance de Rodrigues dos Santos. Li o livro em dois dias, de tal forma estava seduzida pelo enredo. Depois da leitura, acho que passei a valorizar ainda mais a LIBERDADE! Porque posso ter as ideias políticas que bem entender (sem uma Polícia de Vigilância e Defesa do Estado que me persiga); a minha família não ditará a minha vida, etc. etc. Muitas vezes nos esquecemos de como o salazarismo limitou muitas vidas…

Um bom livro é aquele que tem a capacidade de nos fazer reflectir, comparar ideias, rever ideais. A Vida num Sopro é um bom livro. José Rodrigues dos Santos revela a sua maturidade literária.

Andreia Pinto

P.S. Deixo aqui um agradecimento ao autor do livro por não ter “inventado” um Tomás Noronha para A Vida num Sopro. (Sou da opinião de que foi a pior personagem que Rodrigues dos Santos criou).